Os comerciantes baianos precisam recuperar as vendas perdidas por conta do período em que tiveram que fechar as portas por causa da greve da polícia, explica o presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Bahia (Sindilojas-BA), Paulo Motta. Ainda que a categoria tenha conseguido parcelar em três vezes o imposto devido ao Estado no mês de fevereiro, a estimativa é que será necessário vender muito para compensar o tempo parado. “Faz parte do contexto do varejo trabalhar para atrair o consumidor”, explica Motta.
Em uma economia com um mercado informal forte, não se deve desprezar a movimentação que acontece durante o Carnaval, avalia o presidente do Sindilojas-BA. “Quando o trabalhador recebe uma suplementação em sua renda, é normal que opte pelo consumo”, diz.
Às vezes, os descontos obtidos parecem tão interessantes ao consumidor que vale a pena comprar mesmo sem uma suplementação. O advogado Alfredo de Barros, 54 anos, viu os anúncios de promoções de eletroeletrônicos em uma grande rede e decidiu conferir. “De fato, pude conferir que o desconto prometido é realmente verdadeiro”, comemorou. O aparelho de televisão de 42 polegadas, que normalmente custaria em torno de R$ 2 mil, saía por pouco mais de R$ 1,5 mil.
Já a assistente administrativa, Aline Jabar, 27 anos, e o noivo, Sérgio dos Santos, 36 anos, economizaram para aproveitar a temporada de descontos. Compraram uma geladeira, um fogão e uma capa à vista. “Foi quase 50% de desconto”, calcula Sérgio.